Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas
leituras não era a beleza das frases, mas a doença
delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor,
esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
-Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável,
o Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença,
pode muito que você carregue para o resto da vida
um certo gosto por nadas. . .
E se riu.
Você não é de bugre? - ele continuou.
Que sim, eu respondi.
Veja que bugre só pega por desvios , não anda em
estradas -
Pois é nos desvios que encontra as melhores surpresas
e os ariticuns maduros.
Há que apenas saber errar bem o seu idioma.
Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de
agramática.
[O livro das ignorãnças - 1993]
8 comentários:
Sol querida, estou encantada com este teu blog em homenagem ao grande poeta. Nossa, quantos poemas lindos!
Parabéns, amiga!
Beijo grande.
Rose :)
Conhece meu blog?
http://trans-ferir.blogspot.com
Vitor
Amei seu blog!!!!!
No endereço abaixo tem alguns bordados com frases do poeta.
http://www.palavrabordada.blogspot.com/
Um abraço e boa poesia.
Olinda
Brilhante... de uma forma simples: genial! E lindo... visual, palpável, tocante!
Obrigado por esta delícia
Quantos poemas lindos, adorei. Tenho um blog com bordados e um pouco de poesia. Visite-me.
http://jardimbordado-pintandoebordando.blogspot.com/
Grande abraço. Rô
E pensar que as boas coisas da vida se pega por desvios, foi uma exelente achado.
Gostei desse blog.
Gostaria de saber em que página de que livro está publicado o poema de Manuel De barros Os deslimites das palavras.
Respondendo ao 'anônimo', o poema está em O livro das ignorãnças - 1993
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