segunda-feira, novembro 06, 2006

Sabiá com trevas - VI


Há quem aceite a palavra a ponto de osso,


de oco;
ao ponto de ninguém e de nuvem.

Sou mais a palavra com febre, decaída, fodida,

na sarjeta.

Sou mais a palavra ao ponto de entulho.

Amo arrastar algumas no caco de vidro,

envergá-las pro chão, corrompê-las, -

até que padeçam de mim e me sujem de branco.

Sonho exercer com elas o ofício de criado:

usá-las como quem usa brincos.

[Arranjos para assobio - 1982]

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